quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O que é Linguística ?

     O termo linguística pode ser definido como a ciência que estuda os fatos da linguagem. Para que possamos compreender o porquê de ela ser caracterizada como uma ciência, tomemos como exemplo o caso da gramática normativa, uma vez que ela não descreve a língua como realmente se evidencia, mas sim como deve ser materializado pelos falantes.

    "A linguística é o estudo científico da linguagem humana. Diz-se que um estudo é científico quando se baseia na observação dos fatos e se abstém de propor qualquer escolha entre tais fatos, em nome de certos princípios estéticos ou morais. "Científico" opõe-se a "prescritivo". No caso da linguística, importa especialmente insistir no caráter científico de estudo: como o objeto desta ciência constitui uma atividade humana, é a grande tentação de abandonar o domínio da observação imparcial para determinar determinado comportamento." 
André Martinet









      A linguística estuda a língua em si, em seu uso. Ela não vê a língua como certo ou errado, ela vê como adequação ou inadequação, saber usar uma forma de falar para tipo de situação. Por exemplo, não falamos com nossos pais da mesma maneira que falamos com nossos amigos, ou com nossos professores, usamos diferentes maneiras, e é extremamente importante saber adequar a língua nas diversas situações.





Há também as variantes linguísticas





O fundador desta ciência foi Ferdinand de Saussure, um linguista suiço, cujas contribuições em muito auxiliaram para o caráter autônomo adquirido por sua área.

O Gerativismo de Chomsky

     A linguística gerativa é uma corrente de estudos da ciência da linguagem iniciada nos Estados Unidos, no final da década de 1950, por Noam Chomsky, que publicou em 1957 a obra "Estruturas Sintáticas"
     Chomsky atentou para o fato de as pessoas sempre agirem criativamente no uso da linguagem, pois, a todo momento, estão construindo frases novas e inéditas. Trata-se da competência linguística, uma capacidade natural e inconsciente de produzir e entender frases.
     Essa corrente propõe analisar a linguagem humana de uma forma matemática e abstrata-formal que se afasta da gramática tradicional e da linguística estrutural e se aproxima da linha interdisciplinar de estudos da mente humana: ciências cognitivas.



Esquemas Arbóreos

      Vamos simplesmente iniciar falando como se chegou a esse estudo.
      Os estudos sobre os esquemas arbóreos, faz parte do estudo do Gerativismo criado por Chomsky, que foi desenvolvido entre os séculos 60 e 70. O objetivo dessa fase era descrever como os constituintes das sentenças eram formados e como poderiam ser transformados em outros, por meio de aplicações de regras. Por exemplo : '' A menina escreveu o livro '' , essa sentença possui cinco itens lexicais, que estão organizados entre si através de relações estruturais, que chamamos de marcadores sintagmáticos e que poderiam sofrer regras de transformação, podendo formar outras sentenças como : '' O que a menina escreveu?'' ou '' Quem escreveu o livro?'' , etc. Por meio desses estudos, os gerativistas perceberam que essas sentenças eram formadas por um sistema de regras que seria a gramática. Que ao formar essas sentenças teriam diversos modos, ou seja, poderia ser uma sentença negativa, afirmativa, negativa, declarativa, etc. E para aprofundar mais esse estudo, veremos um exemplo criado por Chomsky, que assume o papel também de dar conhecimento linguístico na mente do falante de uma língua. Exemplo : A sentença (S) : '' A menina escreveu o livro'', ela é formada por um SN, ou seja, o sintagma nominal : '' a menina '' e o SV que seria o sintagma verbal : '' escreveu o livro '' . O SN é formado pelo DET, o determinante : '' a '' e pelo nome (N) : '' menina'' , e o SV , por sua vez, é formado pelo verbo (V) : '' escreveu'' e pelo outro SN : '' o livro ''o qual se forma também uma relação entre DET e N , que seria '' o '' e '' livro '' . Toda essa estrutura sintagmática pode ser mais entendida por um esquema, denominado como diagrama arbóreo ou, simplesmente árvore. Que é a famosa maneira pela qual os gerativistas representam as estruturas sintáticas.



Esquemas Arbóreos










O Estruturalismo de Saussure

     A corrente linguística do estruturalismo tem como início o lançamento do “Curso de Linguística Geral”, de Ferdinand de Saussure, em Genebra, na França. Uma publicação póstuma, feita por dois de seus alunos, cujo conteúdo é constituído por anotações feitas durante as aulas.
             Não havia Linguística antes de Saussure, e sim “estudos sobre a linguagem”. Com o intuito de elevar a Linguística à categoria de ciência, e influenciado pela corrente positivista, para a qual uma ciência somente o seria a partir do momento que apresentasse o objeto e o método de estudo, Saussure passa a dedicar seus esforços à delimitação do campo, à definição do objeto e à elaboração de um método, através do qual desenvolver-se-iam os estudos linguísticos.
No “Curso de Linguística Geral” (SAUSSURE), encontramos que ao tentar definir o objeto da linguística, Saussure se deparou com dois problemas:
O primeiro se refere ao fato de que outras ciências trabalham com objetos dados previamente, podendo-se em seguida considerá-los de vários pontos de vista, o que no campo da linguística acontece exatamente o contrário, sendo o ponto de vista que cria o objeto, ou seja, se o estudioso muda o ponto de vista, automaticamente muda o objeto. De acordo com Ataliba de Castilho, “ponto de vista” é uma das traduções para o termo grego theoría, ou seja, “para se chegar a conclusões mais gerais é preciso teorizar antes de se iniciar o trabalho”, escolher primeiramente um ponto de vista, onde este é inteiramente racional e expressado por princípios. 
O segundo problema diz respeito ao fato de que o fenômeno linguístico apresenta sempre duas faces que se correspondem, sendo que uma não vale senão pela outra. É a noção de dicotomia, difundida por Saussure em seus postulados e perpetuada nos sistemas linguísticos, a qual se refere, portanto, a dois elementos que possuem características opostas, mas que ao mesmo tempo mantêm uma relação de interdependência.
Em contraposição aos estudos anteriores, Saussure afirma que a matéria da linguística é constituída por todas as manifestações da linguagem, considerando-se em cada período não só a linguagem correta ou a “bela linguagem”, mas todas as formas de expressão.
Tentando encontrar solução para problemas que os neogramáticos não conseguiram esclarecer através da gramática comparada, Saussure relaciona os seguintes objetivos:
1.       Determinar a natureza do objeto de estudo e o que o linguista faz;
2.       Estabelecer os universais linguísticos;
3.       Determinar os mecanismos da língua a partir dos valores adquiridos pelo sistema;
4.       Clarificar conceitos e criar um método de estudo.
As teorias de Saussure se desenvolveram a partir de dicotomias:







Através dos postulados de Saussure a língua passa a ser passível de formalização, o primeiro passo para a constituição da Linguística com sistema. Suas concepções foram as bases do Estruturalismo Europeu, e mais tarde, fizeram a Linguística ser denominada Estrutural, mesmo sem nunca ter utilizado o termo “estrutura” no Curso de Linguística Geral, mas “sistema”.

As Dicotomias Saussureanas

     Entendia a linguística como um ramo da ciência mais geral dos signos, que ele propôs fosse chamada de Simiologia. Graças aos seus estudos e ao trabalho de Leonard Bloomfield, a linguística adquire autonomia e seu objeto e método próprio passam a ser delineados. Seus conceitos serviram de base para o desenvolvimento do estruturalismo no século XX.
     Saussure estava interessado na função dos elementos linguísticos e não em sua causa. Abaixo segue as famosas dicotomias enunciadas por Saussure:



Língua x Fala
(Langue x Parole)

     Para Saussure a língua se opõe a fala, sendo que a língua é coletiva e fala individual. A língua é um sistema de signos estruturados, ela é sistemática, enquanto a fala é individual.
    Enquanto a língua é um dado social, a fala é particular. A fala é a forma como um indivíduo utiliza a língua. Os fatos de língua podem ser estudados separadamente dos fatos da fala. Em algumas partes do nosso país as pessoas pronunciam "mulé" ao invés de "mulher", num fato como esse a língua não é alterada, pois la também é usada a forma "mulher", a fala só altera a língua quando a estrutura é alterada. A língua é um sistema organizado enquanto a fala é a forma particular de usas esse sistema.




Sincronia x Diacronia

     Saussure não foi o inventor da linguística, ele estabeleceu um objeto de estudo para ela.
     Antes de Saussure se usava o método histórico comparativo, que Saussure denominou diacronia. Diacronia vem do grego (kronos) que significa tempo. O estudo diacrônico estuda as mudanças que a língua sofreu através do tempo, e o estudo sincrônico é o estudo da língua num determinado tempo.

Exemplo:
As mudanças da palavra "você" :


Vale destacar também as variações populares:


Hoje, com o advento da internet, há a abreviação que fica:

E quando conversamos, acabamos falando:




Esse é um estudo diacrônico da língua.



Já o estudo sincrônico é estático, descritivo.

Exemplo:

     Posso dizer que a palavra você tem 4 letras:


Ou que ela tem 2 sílabas:


Esse é um estudo sincrônico da língua.



Sintagma x Paradigma


     Para Saussure as relações com os elementos linguísticos são estabelecidas em dois domínios distintos: um eixo de seleção (paradigmático), e um eixo de combinação (sintagmático). Os signos sendo alinhados um após o outro formam uma relação chamada sintagmática, sintagma no grego quer dizer coisa posta em ordem. A relação baseada nos elementos que são combinados se chama paradigmática, paradigma vem do grego paradéigma que quer dizer modelo, exemplo. A dicotomia paradigma x sintagma está no domínio da língua e não da fala, isso porque pertence ao sistema estruturado, enquanto a fala é a realização desse sistema pelo ato individual. Tantos as relações paradigmáticas quando as sintagmáticas ocorrem em todos os níveis da língua: o dos sons, o dos morfemas e o das palavras.



Significante x Significado



     Signo segundo Saussure é a junção de um significante com o significado. A língua não é uma mera nomenclatura, mas sim a relação de uma imagem acústica com um conceito, isto é, um significante e um significado, que juntos formam um signo. Um signo ganha valor em sua relação com outros signos. A semiologia é a ciência dos signos gerais, enquanto a linguística é a ciência dos signos verbais.






















sexta-feira, 31 de maio de 2013

O que é texto ?

Temos em nosso cotidiano a apresentação de textos, os mais variados e múltiplos que podemos imaginar, mas o que é na verdade um texto? Talvez um simples método comunicativo, ou talvez seja realmente um processo organizado de sentido, produzido por um sujeito num dado tempo e num dado espaço e delimitado por dois brancos como definido de antemão. E ainda existem as mais variadas definições sobre algo tão costumeiro para nós... Texto é a máxima unidade comunicativa na nossa vida, seja no trabalho, na faculdade, em casa, ou em qualquer outro lugar. Bakhtim já dizia que a comunicação só era possível por textos, visto que o maior expoente comunicativo não deixa de ser a linguagem textual. Ainda posteriormente, Isenberg nos diz que texto é uma sequência coerente de enunciados, e por sua vez o estudioso Harweg apresenta texto como uma sequência pronominal ininterrupta. Notamos algo interessante nas definições de Isenberg e Harweg, a palavra "sequência" está presente em ambas, e por um motivo simples; texto não pode ser texto sem sua coerência, sem sua coesão! Isso é a costura do texto, o que dá sentido, o que nos mostra um senso continuo. Texto não é só um conjunto de palavras, tem que ser algo racional, premeditado, pensado, elaborado, certas vezes tão bem elaborado que o uso das palavras não é necessário, como demonstrado por Joaquim Maria Machado de Assis, em sua publicação Memórias póstumas de Brás Cubas de 1881, onde o diálogo de Adão e Eva não é nada mais que uma série de pontos, que quando aplicados ao contexto do romance, demonstram uma grande importância comunicativa. Com um maior nível de profundidade, vemos o texto nos quadros, nas figuras dos jornais, e até mesmo na natureza; se vemos o céu escuro nós deduzimos facilmente – Vai chover! - mas quem nos disse que vai chover? Nossa própria leitura do céu. Texto então não deixa de ser um todo organizado de sentido, texto é tudo o que podemos ler, desde um livro, a um sinal de fumaça no céu. Nos acostumamos tanto com os textos que nos esquecemos de pensar no que eles realmente são. Nos esquecemos da importância e da força que o texto possui em nossa sociedade, como as histórias de Homero, que atravessam os séculos e as gerações, como a Bíblia, que é base para as doutrinas cristãs, como partituras/pautas musicais, que podem quebrar a barreira da fala, nos esquecemos da função do texto nos elementos de Euclides de Alexandria, que fundaram a geometria e serviram de base para a formação da engenharia, por exemplo.


É inquestionável! Texto dá unidade a obra máxima comunicativa do homem. Com certo tom de ousadia, digo que o texto não foi criado pela humanidade, estava condicionado a sua existência.



Crônica - Rotina corrida e confusão

     Um rapaz, como qualquer outra pessoa que tem uma rotina, levanta-se cedo para mais um dia de correria. Mal sabia ele que seu dia ainda tinha muitas coisas para acontecer, tirando-o de sua rotina costumeira. Ele levanta e se prepara... Coloca os chinelos, veste uma bermuda sobre sua cueca que vestia enquanto dormia, caminha para o banheiro, dá um trato em seu rosto, cabelo e tentar disfarçar os olhos de quem acaba de acordar de uma noite mal dormida. Por fim, ele sai e vai à luta. O pobre rapaz, ao chegar onde pegaria o ônibus até seu trabalho, depara-se com uma multidão e logo pensa... É hoje que eu chego cedo! (com aquela cara amassada e a voz cansada). Pobre menino, porque tudo aquilo? Porque teria ele que passar por todo aquele momento? Infelizmente não tenho a resposta. E então chega ele em seu trabalho, quieto e sorrateiramente para que ninguém o perceba, mas chega aquele seu grande colega, e o cumprimenta com certa ironia - Boa tarde meu caro, chegou cedo hoje? Para o almoço. E sem que ele percebesse o seu dia já havia começado a acelerar... Atende cliente,pega aparelho, fala bom dia para um e boa tarde para outro, já perdendo a noção do tempo de tanto correr de um lado para o outro... Fim de tarde e começo da noite, dezoitos horas da noite para certo exato, e logo pensa o garoto... Ufa, o trabalho termina aqui, droga, aqui termina o trabalho, mas o dia continua e eu ainda tenho de ir para a faculdade. E lá se vai o rapaz para o ponto lotado, pegar o ônibus que mais parece uma lata de sardinha do que um transporte. A hora passa o tempo não para, e o rapaz chega à faculdade. De cabeça cheia, cansado, correndo para não perder a aula, e ao chegar... Cadê sua carteirinha para entrar? E ele entra em pânico, começa a revirar toda sua bolsa, quando já estava perdendo as esperanças ele se lembra... Há deixei dentro da carteira.  Então ele o pega e corre para entrar, porem antes ir ao banheiro. As pessoas ficam a observar o garoto que chega correndo de cabeça baixa e com muita presa, mantendo a cabeça baixa, sendo guiado apenas por um caminho gravado em sua mente que para variar não era o exato, ele adentra no banheiro e se dirige até um sanitário, mas logo percebe que algo estranho acontece.
-Oi tudo bem? –Tudo, e com você?- corrido, e hoje terei uma matéria puxada...
Ele estava ouvindo mulheres conversando, e não bastarão nada a mais e nada a menos para ele se tocar de uma coisa... Nossa! Estou no banheiro errado. Pois é, ele estava no banheiro feminino, e tudo graças a sua grande e corrida rotina. Mas essa história não acaba por ali. Como ele fará para se sair dessa?  E então ele começa a procurar o seu anjo que ira tirá-lo dessa fria. (via mensagem de texto)– Alô mor? Preciso da sua ajuda. – Onde você esta? – Não consigo explicar, estou agoniado... – Shirley, por favor, me ajude. –Onde você esta Luigi? –Não consigo explicar, estou agoniado.  E ele não sabia mais o que fazer... Quando já estava quase sem esperança de que alguém apareceria para ajudá-lo... –Luigi! Onde você esta? Iole sua colega de sala estava lá, a sua procura. –toc toc toc. Ele bate na porta sinalizando que estava ali e ela logo em seguida lhe diz. –A barra esta limpa. Então ela abre a porta pelo lado de fora e o chama. Todo envergonhado ele sai sem nem olha para os lados e a acompanha para fora do banheiro. Após tirá-lo do sufoco, ela conta como ficou sabendo e que ele teve muita sorte.
     Para quem achou que teria um dia normal, teve um dia completamente diferente. Correria stress e muitas outras coisas nos levam a agir por impulso... Cuidado rapaz, preste atenção em seu caminho, o lado errado a se seguir esta logo a sua frente. Como dizem... quem tem pressa, come cru.